Às vezes, eu fico pensando em como era as décadas passadas, fico imaginando como eram as roupas, os carros, as músicas, os costumes. Mas algo a mais me atrai àqueles anos incríveis: a máfia. Como ela era oculta e ao mesmo tempo tão aberta, todos sabiam da sua existência, mas ninguém conseguia provar nada, pelo menos, dos grandes nomes envolvidos. E isso é algo que além de Boardwalk Empire (nova mini-série da HBO), somente o jogo Máfia II conseguiu me trazer a tona.
A história é contada entre o início das décadas de 40 e de 50, com a vinda do garoto italiano Vito Scaletta e sua família, para tentar uma nova vida em Empire Bay (inspirada na atual Nova York), enquanto a guerra pairava na Itália. Na escola, Vito conhece Joe Barbaro, seu melhor amigo e companheiro em todas as horas na aventura. Desde sempre, a família de Vito sempre fora muito pobre e seu pai, um grande trabalhador do porto, conseguia alguns trocados para a janta. Na adolescência, Vito é obrigado a correr atrás de dinheiro para ajudar sua família e, o melhor jeito, foi começar a roubar com Joe, o que ocasionou em sua primeira prisão e sua ida à guerra na Europa.
Quando volta para Empire Bay, Vito encontra sua mãe lutando pela sobrevivência das dívidas que seu marido a deixou e sua irmã Francesca implorando ajuda para uma vida melhor. É nesse momento que as coisas começam a tomar um rumo bem diferente. Com a ajuda de Joe, Vito conhece alguns ‘contatos’, e começa sua corrida para conseguir um espaço na grande guerra da máfia que ocorre por debaixo dos panos, e sua luta, para ter a vida que sempre sonhou.
Pode ser a história clichê de sempre, mas não é. O roteiro bem entrelaçado é o que mais me chamou a atenção nesse grande lançamento. As falas de época, juntamente com os palavrões que só mafiosos dizem, fazem parte de um conjunto que daria um filme perfeito. Ou não. Os gráficos a lá Assassin’s Creed não beiram a perfeição, mas os CG’s são coisas lindas de se ver, principalmente por causa da movimentação de gestos, que deixa tudo muito mais real. Dá para perceber quando algum personagem está triste, raivoso, contente… muito bacana! Uma coisa a se reclamar, infelizmente é jogabilidade, que ficou muito a desejar. Jogando no modo ‘Normal’, tive a impressão de jogar no modo ‘Very Easy’. A inteligência artificial dos inimigos chega a ser lamentável. Sempre a mesma coisa, chegando a cansar em algumas horas. Sem contar que, além das missões pra fazer, a única coisa a mais que você poderá fazer, é colecionar Playboys.
Apesar desse grande mal de Máfia II, a desenvolvedora 2K não desapontou no termo ‘realismo’: você voa pela janela quando bate o carro em alta velocidade, perdendo vida ou morrendo; quando com pouco sangue, sua visão embaça deixando tudo preto e branco; menções honrosas aos grandes astros do rock/pop/clássico como Elvis Presley e Chuck Berry nas rádios do carro; roupas, lugares, tudo muito bem parecido com o que o nosso ‘mundo’ foi.
No final das contas, vale muito à pena perder 10 horas da sua vida nesse game (sim, o jogo é curtíssimo e isso é algo que me chateou muito!). Nota 8 para o jogo e tiro 1 ponto pela duração e 1 ponto pela falta de exploração na cidade para fazer outras coisas além da missão. Porém, se você curte um bom roteiro, cheio de palavrões, alguma pornografia sem censura e guerra de mafiosos… fellas… Você está no lugar certo em Máfia II.
Kell tem vontade de fazer parte de uma máfia, mas ela já tem tudo o que precisa… =)